Friday, November 04, 2005


Hoje fazem exatos dez anos que o então primeiro ministro Yitzhak-Rabin foi assassinado no fim de um enorme comício pela paz. Centenas de milhares de pessoas apoiavam seu esforço de trazer o mínimo de paz ao Estado de Israel. Ficou bem famoso o pedaço de papel retirado do seu bolso com a letra da musica “Shir Lashalom” (Canção de Paz) cantada em verso e prosa na manifestação. Esta figura acima é uma das lembranças que ficou de Rabin. E, no lugar de preservar a historia, construirão um café. Café que, aliás, contou com a aprovação da Prefeitura de Tel-Aviv e começa a ser construído a partir do dia 2 de Dezembro, recebendo o alvará já no fim do mês. A parte principal do café contará com apresentações ao vivo de artista nacionais, sendo os outros setores destinados ao jazz e músicas mais tranqüilas.
O lado preocupante desta história toda é que o maior herói da história moderna de Israel vem, a cada dia, sendo deixado de lado. Não pelos políticos (como já era de se esperar), mas pelos educadores. Um amigo meu, que mora em Israel, me contou de uma pesquisa que houve com trinta alunos de segundo grau. Estes alunos tiveram que responder a 10 questões simples sobre a vida de Yitzhak Rabin. Dentre elas estava quando e onde Rabin foi assassinado, o país que ele assinou um tratado de paz e o maior prêmio internacional que ele ganhou (o Nobel da Paz).
Apenas um terço soube responder a data de seu assassinato e a maioria sabia sequer que Rabin era o Chefe do Estado-Maior. E olha que isso é Israel, onde não existem analfabetos e os “heróis” são normalmente lembrados e reverenciados. No Brasil, pesquisas deste tipo trazem resultados desastrosos.
Todos os países do Oriente Médio vivem em pé de guerra. O clima de tensão parece não ter fim. As vezes fica mais tranqüilo e as vezes não. Quem perde com essa história? Todos os civis do país, pois, fica mais difícil de se encontrar emprego e perigoso de andar nas ruas. Quem ganha? Os produtores de armas e bombas e agora os empresários de bar, que descobriram um novo mercado para atuar, abrindo seus estabelecimentos em pontos marcados por uma trágica história da paz x guerra.

1 Comments:

Anonymous Anonymous said...

Com o fim da IIa Guerra, também ganharam os produtores de filmes e livros (a lista de Schindler foi um sucesso).

Esta lógica econômica eu não entendi.

7:42 AM  

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