Thursday, November 03, 2005

Consumo X Homossexualidade

Certo dia comecei a pensar a respeito dos hábitos de consumos das pessoas e cheguei à conclusão de que os homossexuais, assim como as mulheres, tendiam a ter um alto grau de consumo. Normalmente eles gastam muito com lazer e turismo, são vaidosos, não possuem filhos, pertencem a uma classe social mais privilegiada, valorizam a moda e por aí vai...

Sem saber o resultado que obteria, resolvi recorrer à Internet e o que encontrei me surpreendeu. Realmente existe um mercado exclusivo para os homossexuais em alguns países, concentrado principalmente no setor de serviços (boates, bares, restaurantes, saunas, agências de viagem, feiras de moda alternativa, lojas, festas, etc). Existe até censo GLS!!!!

Só em nosso país vivem aproximadamente 20 milhões de homossexuais (“fora os que ainda estão no armário”). Durante a última Parada Gay de São Paulo, o Instituto de Pesquisa Datafolha entrevistou 303 homossexuais e constatou que o perfil de renda e escolaridade dessas pessoas é bastante superior ao da média paulistana (50% dos entrevistas têm curso superior completo, contra 14% na população adulta paulistana e 43% ganham mais de R$ 2.600 mensais, contra apenas 12% dos paulistanos).

Pensando no potencial do mercado gay, uma campanha de marketing realizada na Filadélfia, fez com que os gastos desse público aumentassem 30% na cidade. De acordo com a reportagem em 14 meses, o valor gasto a cada dia passou de US$ 179 para US$ 233 (o estudo "The Gay Tourism 2005"considera dados de 2003 e 2004). Para cada US$ 1 investido nessa campanha a Filadélfia teve um retorno de US$ 153. "Ficamos surpresos ao descobrir que os homossexuais gastam muito mais que os turistas heterossexuais. Por dia, são US$ 233 contra US$ 101, respectivamente", disse Deborah Diamond, da Greater Philadelphia Tourism Marketing Corporation.

Apesar dos números impressionantes, sabe-se que há a questão da marginalização e do preconceito contra os homossexuais. Estima-se que no Brasil há cerca de 200 empresas voltadas para este público, que faturam por ano cerca de 150 milhões de reais. Tenho certeza de que este valor poderia ser muito maior e o mercado mais promissor se a questão não fosse vista com tanto conservadorismo, não só no nosso país como em muitos outros. Sem polemizar, acredito que seria um segmento com altas taxas de lucratividade...

2 Comments:

Blogger Prof Shikida said...

se voce viu o www.degustibusblog.net deve ter descoberto que empresários de ônibus, no tempo de Rosa Parks, chegaram a ser ameacados pelo Estado se não cumprissem as leis racistas da época.

É um tanto quanto óbvio, para mim, que racismo e mercado não combinam. Você apresenta uns números apenas, mas acho que a história por trás disto não contrariaria a tese de que racismo pode até ser lucrativo, mas os choques tecnológicos parecem ter sempre direcionado a economia na direção da menor discriminação.

8:08 AM  
Blogger Prof Shikida said...

camilla, talvez vc goste wp31 em

http://www.ceaee.ibmecmg.br/working.htm

2:09 PM  

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