Big Brother no serviço
A notícia divulgada esta semana no site da folha, mostra que funcionários da Ford Motors nos EUA, terão suas visitas ao banheiro vigiadas. Não! Não se trata de mais um reality show como o “Big Brother”, “Fama” ou “O aprendiz” e sim de uma espécie de monitoramento visando um melhor posicionamento da empresa no mercado. Até que ponto a luta por maiores lucros no mercado competitivo vale a pena?
Segundo a gerência da empresa, muitos de seus 3.500 funcionários gastam mais do que 48 minutos (previstos por lei) para usarem o banheiro. Isto estaria reduzindo a produção dos veículos e causaria a preocupação com os resultados e levou à preparação de um memorando que revela o motivo de tal atitude: "No ambiente competitivo de hoje é importante que a fábrica de Michigan elimine imediatamente essa preocupação para evitar os riscos associados à segurança, qualidade, entrega, custo e moral". A Ford observou queda de US$ 191 milhões fruto de uma redução em suas vendas no último trimestre e de acordo com funcionários: a vigília é um meio de desviar a atenção do real problema (a queda nas vendas dos modelos produzidos na fábrica, após as altas dos preços do petróleo).
Acredito que os investimentos necessários para que o monitoramento seja, de fato, implementado deverão ser muito altos. Além disso, acho muito pouco provável que haja aumento de produtividade no trabalho e, conseqüentemente, nas vendas. Fiquei tentando imaginar qual seria o impacto de 5, 10 minutos economizados, sendo que a indignação dos empregados poderá reduzir, significativamente, a produção e os lucros.
A medida pode gerar um efeito cascata: a revolta dos funcionários poderá diminuir sua produtividade ao invés de aumentá-la; desmotivados, não se preocuparão tanto com o controle de qualidade dos produtos e nem com o relacionamento com fornecedores e clientes prejudicando a imagem da empresa no mercado... A Ford deve ter seus motivos e seus cálculos pra tomar tal atitude, mas gostaria de saber, realmente, se este constrangimento é necessário e quais os reais impactos nos resultados.
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