De volta ao tempo dos Piratas

Por mais primitivo que possa parecer, em notícia divulgada pela Agência Internacional Efe, através do portal Terra, um bando de Piratas teria tentado atacar um cruzeiro de luxo na costa da Somália no início da tarde deste sábado.
Para os mais desavisados, a Somália é uma nação semidesértica situada no chamado Chifre da África, no nordeste do continente.

Dados Gerais:
Nome oficial: República Democrática Somali (Jamhuuriyadda Dimoqraadiga Soomaaliya)
Capital: Mogadíscio
Nacionalidade: somali
Idioma: árabe e somali (oficiais), inglês, italiano
Religião: islamismo 99,9% (sunitas), outras 0,1% (1995)
Moeda: xelim somaliano

O ataque,que ocorreu a cerca de cem milhas de distância do litoral da Somália, fez com que os 302 passageiros acordassem assustados com os barulhos de tiros dados pelos piratas, que se aproximaram da embarcação em vários botes infláveis e tentaram, sem sucesso, embarcar no navio, de acordo com a imprensa britânica.
Nada contra a história dos piratas,e se é que nos tempos de hoje eles ainda existem, mas sinceramente, um ataque à um cruzeiro de luxo na costa da Somália, com direitos a botes infláveis,tiros, gritos,bombas e sei lá mais o que, me parece muito mais um ataque de nativos somalianos querendo fugir do país ( talvez refugiados das guerras entre os clãs rivais que predominam na região desde 1991 ), do que propriamente piratas profissionais que praticam seu ganha pão roubando e matando turistas pela costa da Somália.
Até porque, economicamente pensando, não é possível ( não era, mas a notícia publicada provou que é sim..) que exista demanda para um cruzeiro pela costa da Somália !!!
Primeiro que isso me cheira a muito mau gosto e extremamente desnecessário. A Somália é um dos países mais pobres e desiguais do mundo, portanto, um cruzeiro pela costa da Somália, é no mínimo, de extremo mau gosto, pois não há nada de belo e agradável de se ver na costa do país em questão, a não ser os famintos locais.
Segundo que, um cruzeiro de luxo pela costa da Somália, sem segurança particular ou pelo menos com o apoio da guarda costeira do local, é pedir para que esse tipo de situação que ocorreu, se repita novamente. É a mesma coisa que um sujeito andar com seu belíssimo carro importado a noite, com os vidros abertos, e parando em todos os sinais em plena Av.Paulista por exemplo. É pedir para ser roubado.
Na verdade, este cruzeiro de luxo deveria ser um passeio "turístico" de algum presídio grego, pois analisando bem a rota do cruzeiro, o cruzeiro zarpava da costa da Alexandria com destino ao Quênia, passando pelo litoral da Somália. Isto parece muito mais um passeio com o objetivo de torturar psicologicamente os passageiros à bordo do que propriamente um passeio em um cruzeiro de luxo.
Voltando ao tema econômico, se esta agência de viagem responsável pelo cruzeiro fosse um pouco mais responsável e capaz de realocar melhor seus recursos financeiros (investindo mais em segurança, planejando melhor suas rotas, evitando locais perigosos), talvez este episódio não teria acontecido.
Mas uma coisa é certa; se a demanda por esta rota já era pequena, depois do ocorrido, as chances dela continuar existindo serão bem reduzidas.