Monday, October 24, 2005

Será que gastamos demais com o referendo?

Acho que a maioria de vocês, assim como eu, não achava necessário uma votação nacional para tentar acabar com o comércio de armas no país. Não havia necessidade alguma de gastar R$275 milhões (incluindo mesários, propagandas e demais despesas) quando em outros países já havia sido feito esse plebicito e mesmo com o "sim" ganhando, a situação piorou, como é o caso dos Estados Unidos, Inglaterra, deentre outros. Poderíamos simplesmente ter aprendido como erro dos outros e teríamos economizado R$275 milhões.

Por outro lado, esse gasto é 545 vezes menor do que nosso PIB anual, 20 vezes menor do que com o que se gasta, também anualmente, com a indústria de segurança privada. Talvez não tenha sido tão absurdo assim, pelo simples fato de estarmos promovendo a DEMOCRACIA. Talvez seja bom de vez em quando escutar a voz do povo. Não que eu seja a favor da probição do comércio, muito pelo contrário, eu votei "não", e nem estou dizendo que foi pouco dinheiro gasto, mas talvez não estamos sendo um pouco "pão-duros" com a democracia?


PS.: Dados achados no jornal Estado de Minas.

5 Comments:

Blogger Prof Shikida said...

Bom ponto. Não existe almoço grátis. Eleições também custam dinheiro. Se olhássemos apenas esta lógica, claro, nem eleições teríamos.

Argumentos que surgem agora do tipo: "o povo não soube votar", "o povo é burro" são maldosos, ao meu ver. Se o "sim" tivesse ganho e alguém da frente do "não" dissesse que o "povo não soube votar", a reação das pessoas seria a mesma? Possivelmente não.

Há questões, entretanto, de economia política constitucional (o nome é James Buchanan, Nobel, 1986) interessantes sobre os problemas de votações.

Mas isto é outro problema. No final, a sua pergunta é: "por que gastar tanto dinheiro na política X", onde X = qualquer idéia que lhe passe pela cabeça. A resposta, em economês primário é: por que política pública não cai do céu, tem custos.

Claudio

8:53 PM  
Anonymous Anonymous said...

Pena que não haja um destes para alunos de economia.

http://www.estadao.com.br/tecnologia/internet/2005/out/25/49.htm

Pergunta aos schumpeterianos: por que ninguém criou isto ainda?

Oferta? Demanda? Mandato divino? 41? 43?

Por que o prêmio do link é americano e não brasileiro? Barreiras à entrada da imprensa tradicional escrita e televisiva?

Sugestões?

1:15 PM  
Blogger Prof Shikida said...

Hoje saiu algo no EM: "Sim vence apenas em área pobre e de conflito".

Olha que engraçado: tá cheio de aluno dizendo por aí que tem de esterilizar mulher pobre porque pobre não tem informação, não sabe que ter muitos filhos é ruim, etc.

Pelo mesmo raciocínio, o "sim" também vence porque o sujeito tem pouca informação, blah blah blah.

Eis aí uma lição de vida: jamais use o argumento do "você sabe menos do que eu, por isto não decide" em ciência. Lembre-se que eleitores também são pobres, não apenas os que viajam para a Finlândia nas férias.

Engraçado como o discurso fácil tem perna curta...

3:43 PM  
Blogger Prof Shikida said...

Ponto da Clara = "manipulação da agenda" / "poder da agenda" em manuais de Public Choice para iniciantes e/ou raposas velhas.

exemplo típico? ver saulo, acima.

Agora, querem ver mais de Escolha Pública? Talvez no Degustibus, talvez.

6:09 PM  
Blogger Prof Shikida said...

clara certamente irá gostar disto: http://www.primeiraleitura.com.br/auto/entenda.php?id=6459

aliás, contra ou a favor, o texto é ótimo.

5:48 PM  

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