Saturday, November 12, 2005

Vale do Rio Doce ou Ibmec?????

Saiu uma reportagem no Valor Econômico essa semana que diz que mesmo as instituições privadas de ensino superior com pior desempenho financeiro registraram lucro em 2004. A pesquisa foi realizada separando as instituições em categorias e as melhores registraram uma margem líquida média de 26,48% (superior à registrada pela Vale do Rio Doce e Petrobrás, por exemplo). A pior categoria apresentou uma lucratividade de 3,83%.

Segundo Ryon Braga, presidente da Hoper Educacional (uma das empresas responsáveis pelo estudo), "esse é um dos setores mais lucrativos da economia brasileira" devido às baixas necessidades de investimento e às salas sempre cheias.

De acordo com o especialista, os tempos que virão não serão sempre “de vacas gordas”. Segundo o último censo do setor, realizado em 2003, havia 1,26 milhão de jovens ingressando no ensino superior, enquanto existiam 2 milhões de vagas. Estimativas do IBGE apontam que o crescimento da população de 15 a 24 anos será negativo a partir deste ano. "Essa situação pressionará as mensalidades para baixo, apertando as margens", afirma Braga.

Oliver Mizne, da Ideal Invest (também uma das responsáveis pela pesquisa), acredita que nem todas as escolas sobreviverão: "para ter sucesso, elas precisarão se unir para conseguir diluir custos. Algumas escolas também podem vir a falir".

Acredito que exista uma função de maximização das receitas das instituições sujeita a uma restrição de qualidade. Um maior nível de qualidade do ensino requer um maior investimento em professores (que absorvem cerca de 55% das despesas totais), livros e infra-estrutura, o que claramente resulta em maiores despesas. Defendo o uso dessa restrição, já que melhores colocações dos alunos de certa faculdade no mercado de trabalho funciona como marketing da escola.
É muito delicado comentar algo a respeito do setor, primeiro porque somos responsáveis por parte de seus números, e, segundo, porque pouco conheço a respeito de outras instituições particulares. Mas meu ponto nesse post foi discutir até quando essas faculdades preocupam-se, de fato, com o ensino que oferecem, ou seja, de que maneira a busca por lucros intermináveis influencia os resultados obtidos pelos alunos... E para matar a curiosidade dos meus coleguinhas: no Ibmec São Paulo os 2300 alunos divididos, nos cursos de administração e economia, resultaram num índice de lucratividade de 11,8%.... Camilla, Saulo ou Lucas, investir em universidades particulares hoje em dia parece uma boa opção, não?

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