Saturday, November 12, 2005

Má exploração da paixão pelo futebol...

O Brasil, reconhecido internacionalmente como “País do Futebol”, não encontra grandes êxitos no desempenho financeiro do futebol. A receita total em 2004 da elite do futebol brasileiro (R$ 825,7 milhões) é inferior à soma dos rendimentos de duas potencias européias (Manchester United e Real Madrid, que registraram € 259 milhões e € 237 milhões, respectivamente).

A receita de 2004 superou a receita de 2003, mas, ainda assim, não foi suficiente para cobrir as despesas das maiores equipes. Em uma análise de 19 agremiações somente 37% apresentaram superávits no exercício de 2004. O grupo restante registrou um saldo negativo de R$ 118,52 milhões.

A maior fonte de receita dos clubes é a negociação de atletas, seguida pelas cotas de TV e por patrocínio e publicidade. Estas principais fontes já não conseguem cobrir os gastos. A preocupação é a continuação da formação de novos craques, em um espaço menor de tempo, para que se mantenha esse caixa.

Na Europa, a bilheteria é muito lucrativa e a ocupação média dos estádios está entre 60% e 80%. Por aqui, a renda de bilheteria responde somente a 7% da receita, e a ocupação dos estádios circula entre 20%. Tal fato se dá devido à falta de infra-estrutura e segurança dos estádios.

Um novo projeto que representaria uma nova fonte de recursos, chamado de Timemania, está sendo discutido em Brasília. Consiste na criação de uma loteria para ajudar no saneamento das dívidas, ficando em primeiro lugar, as dívidas públicas. Tal medida foi denominada pelos dirigentes como a salvação das equipes. O Projeto de Lei tramita em regime de urgência, e deverá ser brevemente analisado pelo plenário da Câmara dos Deputados.

Esses dados foram retirados de um jornal de pequena circulação chamado “meio&mensagem”, sendo o estudo desenvolvido pela Casual Auditores Independentes.

Em outra reportagem retirada do Valor Econômico chamada “Receita não diversificada é a maior falha” aponta como um dos principais motivos para o fracasso dos dois principais clubes baianos, que agora se encontram na terceira divisão, a falta de diversificação das receitas dos dois clubes, sendo essa altamente dependente do dinheiro vindo das transmissões de televisão. Não mudando essa política dos clubes a crise tende aumentar ainda mais, já que o dinheiro pago pelas emissoras de TV decresce à medida que o clube é rebaixado.

A iniciativa do governo de criar a Timemania pode, em certa medida, ajudar os clubes a saírem da crise que se encontram, mas não passa de uma atitude paternalista do Estado. Investimentos em segurança, por exemplo, ajudariam, na minha opinião, a criar mecanismo para que a estrutura das fontes de receita dos clubes fosse modificada, já que possibilitaria uma maior presença de público nos estádios, assim como acontece na Europa. Além disso, os clubes brasileiros deveriam explorar mais o mercado consumidor existente para seus produtos, isso porque, mesmo sendo a maioria de pessoas de pouco poder aquisitivo, a paixão pelo clube e pelo futebol fazem com quem elas não meçam esforços para ajudarem seus times.

1 Comments:

Blogger Unknown said...

Marcos,

Se você me permitir um comentário, o maior volume financeiro girado pelo "business" do futebol não me parece estar nos números apresentados pela matéria que você oportunamente pinçou do meio&mensagem.

A análise do periódico foi feita em torno de números possiveis de serem apurados. Números, digamos, oficiais.

Caso fosse possível levantar os números que envolvem, por exemplo, a intermediação da força de trabalho (jogadores) tanto nos movimentos internos (no país) quanto nos externos (para fora do país), certamente os valores alcançariam um patamar muito mais elevado.

Obrigado por permitir meu comentário e sucesso no seu curso.

Lugon de Souza

2:01 PM  

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